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Salmo 18

O CÂNTICO DE VITÓRIA DE DAVI

Parece tratar-se de uma versão de #2Sm 22 ligeiramente revisto para torná-lo apropriado ao uso geral. O título indica as circunstâncias desta ação de graças jubilante. A sua libertação de todos os seus inimigos (ver o título) pode sugerir o período depois de #2Sm 8, quando a sua vida foi coroada por sucessos quase ininterruptos. As palavras do servo do Senhor não se encontram em #2Sm 22. A frase é altamente honrosa e, excetuando duas referências a Josué, é quase sempre aplicada a Moisés, ou usada profeticamente a respeito do Messias.

a) Introdução (1-3)

A primeira palavra, forte e invulgar, é muito impressionante: raham, significa amar muito ternamente, e na raiz tem a idéia de misericórdia. Deus é chamado um rochedo (2) não só pela experiência de Moisés (Dt 32.4,18,30-31,37)

Deuteronômio 32:4 Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.

Deuteronômio 32:18 Olvidaste a Rocha que te gerou; e te esqueceste do Deus que te deu o ser.

Deuteronômio 32:30 Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o SENHOR lhos não entregara?

Deuteronômio 32:31 Porque a rocha deles não é como a nossa Rocha; e os próprios inimigos o atestam.

Deuteronômio 32:37 Então, dirá: Onde estão os seus deuses? E a rocha em quem confiavam?

como também pela própria experiência de Davi (#1Sm 23.25,28).

1 Samuel 23:25 Saul e os seus homens se foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi; pelo que desceu para a penha que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul, perseguiu a Davi no deserto de Maom.

1 Samuel 23:28 Pelo que Saul desistiu de perseguir a Davi e se foi contra os filisteus. Por esta razão, aquele lugar se chamou Pedra de Escape.

Os sete títulos gráficos atribuídos a Deus no segundo versículo são todos expressivos de inexpugnabilidade e refletem o domínio que este pensamento exerceu sobre Davi durante os anos em que ele foi objeto de caça por parte de Saul.

b) Perigo horrendo e libertação divina (4-19)

Os seus sentimentos nesta ocasião assemelham-se aos dum homem que está a afogar-se absorvido por fortes águas em redemoinho ou aos de um animal selvagem preso numa rede (4-5). Não havia alguém que pudesse ajudá-lo exceto o Senhor, de modo que Davi clamou alto a Ele na sua desgraça (6). O verbo encontra-se no presente como se o acontecimento ainda estivesse vívido perante ele. Deus veio em seu auxílio (7-15). A vinda divina é descrita dum modo mais vigoroso e terrível; o fato espiritual é concretizado numa perturbação da natureza tão profunda que quase podia parecer que a Criação estava a ser desfeita. O advento divino é visto em associação com o fumo e escuridão e a voz de palavras, como quando a Lei foi dada no Sinai. E também marcada por um esplendor brilhante e por relâmpagos como na iluminação rápida da revelação da graça (Cfr. #Hb 12.18-24).

Hebreus 12:18 Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,

Hebreus 12:19 e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais,

Hebreus 12:20 pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado.

Hebreus 12:21 Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo!

Hebreus 12:22 Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia

Hebreus 12:23 e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados,

Hebreus 12:24 e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel.

Ambos são sinais de julgamento. Note-se que em todo este tumulto não há semelhança do próprio Deus (Cfr. #Dt 4.11-12).

Deuteronômio 4:11 Então, chegastes e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens, e escuridão.

Deuteronômio 4:12 Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma.

Expressam-se aqui idéias abstratas numa imagem gráfica, característica esta comum nas Escrituras. A descrição da vinda divina não se destina a ser traçada em imagens na mente. A passagem deve ser outra vez transferida para o seu conceito original. Por detrás da alegoria está o contraste de Deus como intangível e, todavia, poderoso, como inescrutável e, todavia, alguém de quem não se pode escapar. Este ato de Deus era intensamente pessoal e, neste relato do livramento do Salmista, o fundo natural desaparece completamente. Mesmo os seus poderosos inimigos são mencionados indiretamente, pois que a experiência era a sua própria, duma forma tão íntima. É esta a razão da repetição de ele... me... e a maravilha culminante do Senhor o ter libertado de todas as suas tribulações porque tinha prazer em mim (19), nota-se aqui um paralelismo com a salvação de Moisés, em criança, das forças que ameaçavam esmagá-lo. O verbo tirar (16) encontra-se somente aqui e em #Êx 2.10.

Êxodo 2:10 Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei.

Toda a passagem tem muitos paralelismos com a intervenção divina descrita no livro de Jó (Cfr. #Jó 36.29-38.1).

Jó 36:29 Acaso, pode alguém entender o estender-se das nuvens e os trovões do seu pavilhão?

Jó 36:30 Eis que estende sobre elas o seu relâmpago e encobre as profundezas do mar.

Jó 36:31 Pois por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância.

Jó 36:32 Enche as mãos de relâmpagos e os dardeja contra o adversário.

Jó 36:33 O fragor da tempestade dá notícias a respeito dele, dele que é zeloso na sua ira contra a injustiça.

Jó 37:1 Sobre isto treme também o meu coração e salta do seu lugar.

Jó 37:2 Dai ouvidos ao trovão de Deus, estrondo que sai da sua boca;

Jó 37:3 ele o solta por debaixo de todos os céus, e o seu relâmpago, até aos confins da terra.

Jó 37:4 Depois deste, ruge a sua voz, troveja com o estrondo da sua majestade, e já ele não retém o relâmpago quando lhe ouvem a voz.

Jó 37:5 Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos.

Jó 37:6 Porque ele diz à neve: Cai sobre a terra; e à chuva e ao aguaceiro: Sede fortes.

Jó 37:7 Assim, torna ele inativas as mãos de todos os homens, para que reconheçam as obras dele.

Jó 37:8 E as alimárias entram nos seus esconderijos e ficam nas suas cavernas.

Jó 37:9 De suas recâmaras sai o pé-de-vento, e, dos ventos do norte, o frio.

Jó 37:10 Pelo sopro de Deus se dá a geada, e as largas águas se congelam.

Jó 37:11 Também de umidade carrega as densas nuvens, nuvens que espargem os relâmpagos.

Jó 37:12 Então, elas, segundo o rumo que ele dá, se espalham para uma e outra direção, para fazerem tudo o que lhes ordena sobre a redondeza da terra.

Jó 37:13 E tudo isso faz ele vir para disciplina, se convém à terra, ou para exercer a sua misericórdia.

Jó 37:14 Inclina, Jó, os ouvidos a isto, pára e considera as maravilhas de Deus.

Jó 37:15 Porventura, sabes tu como Deus as opera e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?

Jó 37:16 Tens tu notícia do equilíbrio das nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito em conhecimento?

Jó 37:17 Que faz aquecer as tuas vestes, quando há calma sobre a terra por causa do vento sul?

Jó 37:18 Ou estendeste com ele o firmamento, que é sólido como espelho fundido?

Jó 37:19 Ensina-nos o que lhe diremos; porque nós, envoltos em trevas, nada lhe podemos expor.

Jó 37:20 Contar-lhe-ia alguém o que tenho dito? Seria isso desejar o homem ser devorado.

Jó 37:21 Eis que o homem não pode olhar para o sol, que brilha no céu, uma vez passado o vento que o deixa limpo.

Jó 37:22 Do norte vem o áureo esplendor, pois Deus está cercado de tremenda majestade.

Jó 37:23 Ao Todo-Poderoso, não o podemos alcançar; ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça.

Jó 37:24 Por isso, os homens o temem; ele não olha para os que se julgam sábios.

Jó 38:1 Depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó:

c) Fundamento da intervenção de Deus (20-27)

Esta seção é o desenvolvimento do pensamento de que Deus se compraz no Salmista. Envolve dois aspectos: O caráter e o trabalho de Davi (20-23) e o caminho de Deus (24-27). A intervenção fenomenal de Deus em seu favor é invocada como constituindo o galardão da sua vida piedosa. Este cuidado protetor não é reivindicado como de direito, mas o fato do mesmo é afirmado na simplicidade de um coração que não se sente embaraçado mesmo em busca da Santidade da corte celestial. A justiça de Davi não é limitada às suas relações com Saul; tem-se evidenciado em cada fase da sua vida, que ele reclama ser reta, honrada, misericordiosa, caracterizada por singeleza de coração e pureza. Guardei-me da minha iniqüidade (23); isto é, "tenho sido tão cuidadoso na minha condição de homem de Deus que não tenho feito qualquer coisa que pudesse considerar-se ‘a minha iniqüidade’; isto é, alguma coisa que se tivesse tornado parte de mim mesmo" (Cfr. #1Rs 14.8; #At 23.1).

1 Reis 14:8 e tirei o reino da casa de Davi, e to entreguei, e tu não foste como Davi, meu servo, que guardou os meus mandamentos e andou após mim de todo o seu coração, para fazer somente o que parecia reto aos meus olhos;

Atos 23:1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje.

O princípio subjacente a esta seção é que Deus reforça o caráter que os homens escolhem adquirir, isto é, correspondente para com eles na medida em que eles se comportam para com Ele (Cfr. #1Sm 2.30; #Rm 1.28)

1 Samuel 2:30 Portanto, diz o SENHOR, Deus de Israel: Na verdade, dissera eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o SENHOR: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos.

Romanos 1:28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,

indomável, teimoso (26). Deus é obstinado com aqueles que são obstinados. Cfr. #Pv 1.24-33.

Provérbios 1:24 Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse;

Provérbios 1:25 antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão;

Provérbios 1:26 também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei,

Provérbios 1:27 em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia.

Provérbios 1:28 Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar.

Provérbios 1:29 Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR;

Provérbios 1:30 não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.

Provérbios 1:31 Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.

Provérbios 1:32 Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição.

Provérbios 1:33 Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal.

d) A alta chamada de Deus (28-45)

As duas declarações de Davi acerca da justiça pessoal e do princípio divino segundo o qual Deus lida com os homens de acordo com o seu caráter, são francamente confirmadas pelo relato precedente da sua libertação. Trata-se apenas de um caso; mas podem ser sustentadas também por todo o curso da vida de Davi. O salmo trata agora destes aspectos mais vastos da vida de Davi.

A força dinâmica da vida de Davi é o Senhor meu Deus; é a Sua luz e o seu vigor interiores que não só mantêm o calor ardente da existência pessoal como também dão incentivo e poder por meio dos quais as dificuldades São vencidas (28-29), cfr. #1Sm 30.8, 1 Samuel 30:8 Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o SENHOR: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás. onde a palavra "tropa" é em hebraico a mesma palavra que aqui é usada (esquadrão). Saltei uma muralha (29). Trata-se de uma referência possivelmente ao incidente narrado em #2Sm 5.6-10.

2 Samuel 5:6 Partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que disseram a Davi: Não entrarás aqui, porque os cegos e os coxos te repelirão, como quem diz: Davi não entrará neste lugar.

2 Samuel 5:7 Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.

2 Samuel 5:8 Davi, naquele dia, mandou dizer: Todo o que está disposto a ferir os jebuseus suba pelo canal subterrâneo e fira os cegos e os coxos, a quem a alma de Davi aborrece. (Por isso, se diz: Nem cego nem coxo entrará na casa.)

2 Samuel 5:9 Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; foi edificando em redor, desde Milo e para dentro.

2 Samuel 5:10 Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele.

Deus é digno de toda a honra e adoração, não meramente por causa das bênçãos que Ele dá, mas devido às Suas qualidades essenciais -absolutamente verdadeiro em tudo o que Ele diz e perfeito em tudo o que faz (30-31). Ele não pode portanto proteger aqueles que lhe são antagônicos, mas para aqueles que confiam nEle, Ele é plenamente digno de confiança. Além dele não há qualquer outro (Cfr. #Is 45.5-6).

Isaías 45:5 Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que não me conheces.

Isaías 45:6 Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro.

Davi tem sido cuidadosamente ensinado e experimentado por Deus (32-36). Esta preparação tem sido física: saúde, força e agilidade têm sido providas no sentido de elevar o caminho de Davi a uma situação de completamento. Tem sido também instrutiva-adquiriu perícia no emprego dos métodos de guerra e das armas-e moral: o Senhor tinha-lhe dado livremente o Seu próprio equipamento de resistência, o Seu sustento no perigo, e a Sua mansidão (35); isto é, a Sua paciência compreensiva ou, mais literalmente, mansidão durante todos os longos anos desde que tão graciosamente ele levantara um rapaz pastor para um trono de poder (Cfr. #Sl 23.5-6).

Salmos 23:5 Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.

Salmos 23:6 Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre.

Davi aceita avidamente o propósito desta preparação (37-38). Numa plena confiança de que Deus o tinha preparado eficientemente e adequadamente para a tarefa que lhe incumbira, ele encarrega-se de subjugar os seus inimigos. É Deus que opera nele. A conquista dos seus inimigos é realmente um ato do Senhor (39).

Deus fizera os seus inimigos "voltar as costas" (40) na sua retirada; em conseqüência do que os extirpou.

Era inevitável pois, que qualquer oração da parte desses inimigos rebeldes fosse desprezada por Deus e, conseqüentemente, Davi estava habilitado a esmagar a sua oposição (41-42).

O clímax da sua supremacia é agora descrito. Não só toda a insurreição civil tinha sido derrubada (Cfr. #2Sm 3.1 Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi se ia fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo.), mas Deus fizera de Davi cabeça de muitas nações (Cfr. #2Sm 8); e mesmo aqueles povos com quem não houvera contacto anterior imediatamente reconheceriam a sua soberania tão depressa ouvissem a respeito dele (43). Há um fundamento histórico para isto em #2Sm 10.18-19, 2 Samuel 10:18 Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi matou dentre os siros os homens de setecentos carros e quarenta mil homens de cavalo; também feriu a Sobaque, chefe do exército, de tal sorte que morreu ali.

2 Samuel 10:19 Vendo, pois, todos os reis, servos de Hadadezer, que foram vencidos, fizeram paz com Israel e o serviram; e temeram os siros de ainda socorrer aos filhos de Amom.

mas tem também um aspecto profético. (Cfr. #Is 52.15; #Sl 2.8). Isaías 52:15 assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão.

Salmos 2:8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.

e) Conclusão (46-50)

A influência proeminente destas reflexões é a viva realidade de Deus a quem Davi está inexpressivelmente grato. A expressão vinga-me (47); não implica ânsia de vingança; é uma declaração de que Deus, e não o homem, tinha sustentado a justiça de uma causa. O salmo conclui com uma promessa, por Davi, de que utilizará o seu domínio sobre muitos povos para espalhar em volta o louvor do Senhor seu Deus, um conceito que Paulo ajusta ao Reino do Senhor de Davi (#Rm 15.9 e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia, como está escrito: Por isso, eu te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome.) em quem a salvação, o amor e a graça são plenamente exibidos. Finalmente, Davi cita-se a si próprio em ligação com a aliança permanente com Deus que foi finalmente cumprida no reino eterno do Filho de Davi. (Cfr. #2Sm 7.12-16; #Lc 1.32-33).

2 Samuel 7:12 Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino.

2 Samuel 7:13 Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.

2 Samuel 7:14 Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens.

2 Samuel 7:15 Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.

2 Samuel 7:16 Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.

Lucas 1:32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;

Lucas 1:33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.

Fonte: Novo Comentário Bíblico

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